Henry Jenkins, autor de Cultura da Convergência, apresenta dois casos distintos de grandes companias tentando proteger suas propriedades intelectuais da ação de fãs: a Lucas Film em sua crusada contra os "fanfilms" de Star Wars e a Warner Bros. tentando conter os escritores de "fanfiction" de Harry Potter.
A indústria do entretenimento, com suas franquias capazes de atrair milhares de fãs apaixonados e inspirados, "sofreu" o fenômeno dos prosumers primeiro, mas isso não quer dizer que ele ficará contido ali. Cada vez mais, vemos a ação da filosofia do consumidor crítico que prefere botar a mão na massa e interferir na marca ou produto com a sua visão do que esperar passivo. Sites como Threadless e o Camiseteria, de design de camisetas onde os próprios compradores submetem e votam nas estampas que querem comprar, são um ótimo exemplo de negócio que souberam captar o poder de seus consumidores.
As empresas que perceberam isso saem na frente e conquistam cada vez mais espaço de uma maneira que parece óbvia para nós, mas ainda é tabu em muitas organizações: ouvindo seus clientes.
Três casos distintos de participação do consumidor contextualizam e representam o poder do prosumer:
- Um fã de Kings of Leon, descontente com os novos rumos da banda, pegou duas músicas do álbum mais recente, as acelerou e colocou no YouTube como forma de demonstrar sua insatisfação. As músicas aceleradas ficaram melhores que as originais!
- Um site de compras direcionado para garotas adolescentes chamou um grupo de seu público-alvo para fazer parte do processo de planejamento e design do site. Não se trata de um grupo de foco, mas sim de co-criação. Nas palavras de um dos fundadores e diretor de desenvolvimento do site: "De nós falando para elas, passou a ser sobre nós ouvindo elas. Nós decidimos institucionalizar isso e incorporar em nossa cultura".
- Will Wright, o criador do jogo The Sims, agora se arrisca na televisão com um programa cuja proposta é ser totalmente criado pela sua audiência, que criará as histórias, votará nas melhores e verá o resultado ser produzido e exibido na TV.
Será que esses produtos darão certo? Será que o fã vai ser ouvido pela banda? Talvez. Mas esses exemplos demonstram que o envolvimento do seu consumidor nos seus produtos é cada vez mais um fator crucial para o sucesso dele.
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